Setembro chegou. Para muitos, é apenas o início de mais um mês. Mas, para outros, é um momento crucial para falar de algo que, embora seja invisível aos olhos, pesa no coração: a saúde mental. O Setembro Amarelo, uma campanha de prevenção ao suicídio que teve início no Brasil, espalha-se por todo o mundo, chamando a nossa atenção para a importância do cuidado emocional.

Falar sobre saúde mental continua a ser um desafio. Durante muito tempo, aprendemos a disfarçar as dores da alma, a esconder as nossas fragilidades, com medo de sermos julgados. Quantas vezes respondemos “Estou bem” quando, na verdade, o coração se aperta num turbilhão de emoções? Quantas vezes olhamos para o lado, sem perceber o que o outro está a passar? Setembro Amarelo é um convite para pararmos e olharmos mais atentamente, não só para nós mesmos, mas para aqueles que nos rodeiam.

Se te perguntasse agora: “Como estás?”, será que saberias responder com honestidade? Talvez estejas cansada, exausta com as mil e uma responsabilidades do dia-a-dia. Talvez tenhas momentos em que sentes que não consegues lidar com tudo. Ou, quem sabe, conheces alguém que aparenta estar sempre bem, mas que, no fundo carrega um sofrimento silencioso. O Setembro Amarelo recorda-nos que, por trás de cada sorriso, pode haver uma batalha interna, e que ninguém deve lutar sozinho.

Cuidar da nossa saúde mental não é sinal de fraqueza, mas sim de força. É reconhecer que, tal como o corpo adoece, também a mente precisa de atenção. Ninguém se questiona por ir ao médico quando se tem uma gripe, então porquê hesitar em procurar ajuda quando a mente nos prega partidas? Muitas vezes, só precisamos de uma mão amiga, de alguém que esteja disposto a escutar sem julgar.

A importância de uma rede de apoio – seja entre amigos, família ou colegas de trabalho – é vital. A comunicação aberta, sem tabus ou estigmas, pode fazer toda a diferença. Um simples “Estou aqui para ti” pode ser o começo de uma conversa que salva vidas.

Se sentes que algo não está bem, ou se conheces alguém que possa precisar de ajuda, não hesites em agir. A prevenção começa com pequenos gestos: uma mensagem, uma conversa, uma pausa para ouvir o que o outro tem a dizer. Nem sempre temos as respostas ou soluções, mas estar presente é, por vezes, o mais importante.

O Setembro Amarelo é uma oportunidade para quebrarmos o silêncio e criarmos espaços de acolhimento. Que este mês nos relembre que a esperança está sempre à nossa volta, e que não estamos sozinhos, mesmo nos momentos mais difíceis. Todos nós temos o poder de fazer a diferença na vida de alguém, e esse poder começa com empatia e cuidado.

Este setembro, que o amarelo seja mais do que uma cor: que seja um sinal de luz, de atenção e de amor ao próximo.